O Município de Anadia assinalou esta sexta-feira, 25 de abril, os 51 anos da Revolução dos Cravos com uma cerimónia institucional carregada de simbolismo, música e palavras de homenagem à liberdade. A sessão teve lugar de manhã, com momentos solenes e intervenções de representantes políticos locais, numa Assembleia Municipal Extraordinária.
A comemoração iniciou-se com a atuação da Orquestra Ligeira de Anadia, que contou com a participação especial do guitarrista Bruno Costa, no âmbito do projeto “100Paredes”, em homenagem a Carlos Paredes. Houve ainda uma guarda de honra pelos Bombeiros Voluntários de Anadia, uma largada de pombos e o tradicional espumante de honra.
A sessão começou com um voto de pesar e um minuto de silêncio pelo falecimento do Papa Francisco, numa homenagem sentida por todos os presentes.
Durante a Assembleia, todos os partidos representados tomaram a palavra. Lúcia Jesus, do Movimento Mais Pela Nossa Terra, falou da atualidade da guerra na Ucrânia e lembrou que “os valores defendidos há 51 anos devem estar sempre presentes e a liberdade não é um presente oferecido”. Para a eleita, este é um dia para refletir sobre o caminho percorrido e os desafios atuais, incluindo a habitação, a saúde e a igualdade de género.
Rui Bastos, da CDU, lembrou que “este dia foi o despertar de um povo de 48 anos de uma longa noite” e que o 25 de abril “não é uma data no calendário mas uma luta constante”. Acrescentou ainda que “a liberdade é uma conquista diária”.
João Gaspar, em representação do PSD, referiu que “cada ano que passa somos cada vez menos os que podemos explicar às novas gerações o que vimos”, lembrando ainda alguns poemas de Miguel Torga.
Nuno Portovedo, do MIAP, destacou que “há 51 anos que um ato de coragem mudou o nosso país” e reforçou que “nada está totalmente adquirido e a voz do povo é a mais importante na democracia”. Fez questão de assinalar os 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal, nas quais participaram 92% dos eleitores.
A presidente da Câmara Municipal de Anadia, Teresa Cardoso, afirmou que “todos os anos o 25 de abril é reservado à liberdade e às conquistas” e que “em cinco décadas muito se construiu”. Realçou os direitos e garantias atuais e a paz que se vive no concelho. A autarca recordou ainda o encontro que teve com o Papa Francisco no Vaticano, há oito anos, afirmando estar convicta de que “as suas mensagens perdurarão no tempo”.
Por fim, Manuel Pinho, presidente da Assembleia Municipal, defendeu que “perante uma crise política e um cenário de guerra, temos em mãos manter os princípios e valores” e reforçou que “urge dignificar o poder legislativo, porque a democracia não se resume a ser do contra”.
A sessão terminou com a interpretação do Hino de Anadia pela Orquestra Ligeira de Anadia, seguida de um espumante de honra, num encerramento marcado pela emoção e celebração dos valores de Abril.