O jovem escritor de 21 anos lançou, no início do ano, o seu primeiro livro intitulado “Versos que nunca te li”. Daniel Ribeiro, mais conhecido por Daniel Pirolo, é de Vila Nova de Monsarros, mas os versos que escreve não conhecem fronteiras.
“Sempre gostei de escrever, por diversão no início. Mas nunca pensei fazer um trabalho destes. Sempre encarei como um passatempo. A poesia é o que mais gosto e é neste género que escrevo desde o início”, começa por explicar-nos.
Não tem uma regra para os temas que aborda, nem para as métricas que usa, mas os sentimentos estão sempre presentes. O dia-a-dia, as pessoas, os momentos e os pensamentos é o que encontramos ao longo das quase cem páginas do livro. Além do publicado, Daniel confessa-nos que há muitas palavras que nunca saíram do rascunho.
Como muitos dos poetas, as melhores ideias surgem na calmaria da noite e Daniel não descansa até as escrever nalgum lado. Mesmo que não saia o resultado final, as palavras nunca se perdem.
Não teve exemplo que o levasse para a escrita ou para os livros, mas sempre foi algo que o cativou. O facto de sempre ter tido boa nota nas composições da escola foi-lhe dando algumas dicas. E o apoio de professores e amigos deu uma ajuda.
Enviou o seu livro para uma editora e recebeu rapidamente a resposta de interesse na publicação do mesmo. Para avançar era preciso algum investimento monetário, o que fez Daniel hesitar. Mas acabou por arriscar e avançar. Hoje já tem o seu livro nas bancas. Ainda não fez uma apresentação formal da obra, mas não tardará a acontecer.
“Espero que este seja apenas o começo. Aliás, se pudesse escolher aquilo em que gostava de trabalhar, seria a escrever. Não fiz isto para ganhar dinheiro, mas sim como um presente que quero oferecer aos outros”, diz.
“Os meus poemas acabam por ser um desabafo para mim próprio. Quando tenho alguma coisa para dizer, escrevo. Tudo o que escrevo estou realmente a sentir. Tento sempre colocar-me na pele dos outros ou das situações que os outros estão a passar”, explica.
O coração de Daniel pende também para os campos relvados e é, atualmente, guarda-redes da Associação Recreativa Aguinense. Se tivesse que escolher um dos “amores” confessa que o coração vacila, mas acaba por tender para a escrita, quanto mais não seja porque a carreira no futebol termina cedo.
“Gosto de vencer. Sou muito competitivo. Aceito as derrotas, mas também sei que é das vitórias que reza a história”, afiança.
O “Versos que nunca te li” foi editado pela Editora Atlântico e estará disponível para venda nas livrarias (online e físicas), em formato impresso e e-book, e terá distribuição em Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde.
“Há uma surpresa no livro. Há um texto dedicado a alguém muito importante. Uma pessoa que foi importante, não só no meu percurso mas também que me levou de alguma forma a continuar a escrever”, confessa.
Daniel tem a mesma atitude na vida como tem no futebol: bola para a frente. E só assim a vida lhe faz sentido.