É uma exposição surpreendente a que Paulo Gouveia apresenta na antiga destilaria do IVV, na Mealhada, até final do mês de maio. Ferro velho e sucata, como porcas, parafusos, travões, velas – e o mais que se possa imaginar- dão origem a obras de arte como jarrões, carros, santos, instrumentos, barcos e estátuas de animais.
“Nada se Perde, tudo se Transforma” é o título da exposição de Paulo Gouveia, que pode ser vista, todos os dias, entre as 14h00 e as 17h30, na antiga destilaria do IVV, na Mealhada. E a obra faz, na perfeição, jus ao título. À primeira vista veem-se obras brilhantes, quiçá de materiais nobres, como um saxofone, uma cabeça de cavalo, carros antigos, um comboio, um Santo António e até a Última Ceia. Só com a explicação do autor se percebe que as obras apresentadas tiveram origem em sucata e ferro velho que um engenheiro eletromecânico tem a arte de transformar. “Há peças que demoro dias, outras uma semana, tenho um comboio que me levou um mês a fazer”, explica Paulo Gouveia.
Paulo Gouveia cria os seus trabalhos a partir de peças de ferro que reutiliza de forma artística, recorrendo à soldadura por elétrodos. Este tipo de soldadura é um processo manual na qual uma fonte térmica desenvolve calor que provoca uma rápida fusão do material base e do elétrodo (material de adição).
Apesar de ter iniciado a sua arte em 2015. Só em 2023 começou a expor. “Tenho tido reações muito positivas, o que é muito gratificante”, afirma o artista.
A mostra pode ser vista na antiga destilaria do Instituto da Vinha e do Vinho, na Mealhada. O edifício, situado Av. Dr. Manuel Lousada foi recuperado de forma a acolher vários eventos culturais.