Há mais animais do que famílias para eles?

A propósito do Dia Mundial do Animal tentámos perceber o ponto de situação no concelho de Anadia no que toca aos animais errantes. Conversámos com Lino Pintado, vereador da autarquia com este pelouro.

 

Jornal de Anadia (JA) – Que balanço faz, até então, do CROAC?

Lino Pintado (LP) – O balanço é bastante positivo porque este equipamento, apesar de não bastar para a solução dos problemas decorrentes da dificuldade de controlo de população de animais errantes, tem assumido um papel preponderante e decisivo para a sua mitigação. A esterilização e identificação dos animais de companhia e o atendimento aos munícipes, assim como todas as operações associadas a esta matéria, passaram a ser centralizadas no CROAC com as condições que até então não dispúnhamos.

 

JA – Consegue dizer, em números, quantos animais foram até então recolhidos e encaminhados para adoção?

LP – Até agora foram recolhidos 142 cães e 81 gatos e encaminhados para adoção 35 cães e 30 gatos.

 

JA – Há dificuldade em aceder a todos os pedidos de ajuda para animais errantes?

LP – Sem dúvida que sim. Já é difícil aceder a todos os pedidos que são fundados e justificáveis, se a estes juntarmos os que não o são, a dificuldade é claramente agravada. O CROAC rapidamente atingiu a sua lotação máxima e o processo de encaminhamento para a adoção não é automático, exige muita persistência da nossa parte. É justo destacar aqui o apoio de algumas associações, com destaque para a Quatro Patas e Focinhos que dentro da sua possibilidade tem sido um apoio importante para nós.

 

JA – Quais os principais pedidos de ajuda que surgem?

LP – Os principais pedidos são relativos à recolha de animais errantes e também à recolha de animais cujos donos, pelas mais variadas razões, não conseguem ou não querem manter. Mas, na sua maioria, não são remetidos com a forma de pedidos de ajuda, mas sim de exigência de resposta urgente, independentemente da razoabilidade da solicitação e da possibilidade de solução.

JA – Que medidas vêm sendo implementadas no concelho para além da criação do CROAC?

LP – Para além dos protocolos de cooperação com associações protetoras de animais, temos investido em campanhas de identificação e esterilização de animais de companhia através de parceria estabelecida com clínicas veterinárias do nosso concelho. Com estas campanhas – já se realizaram duas – o Município de Anadia tem proporcionado a donos de animais a possibilidade de esterilização dos seus animais a um custo exíguo, assegurando o pagamento das intervenções cirúrgicas, que são dispendiosas e, por isso, constituíam um obstáculo que assim permitimos ultrapassar.

Estamos também em processo de ampliação do CROAC, para aumentarmos a capacidade de resposta para a recolha que, pelas razões atrás aduzidas, é uma dificuldade e uma limitação. O investimento com esta ampliação é naturalmente acompanhado de um aumento do investimento com a manutenção da instalação e com a alimentação dos animais.

 

JA – O CMOS surge como complemento ao que já era feito ou dá soluções primárias?

LP – O CMOS é um complemento, até porque as suas competências são muito abrangentes e, nesta matéria, a sua intervenção, apesar de importante, deve ser precisamente complementar e acessória.

 

JA – Que mensagem gostaria de deixar aos munícipes?

LP – Uma mensagem em forma de pedido para a maior sensibilização de todos nesta matéria, em defesa dos animais, mas também das pessoas que são incomodadas a vários níveis pelo aumento da população de animais errantes. O abandono de animais é crime e, para além da crueldade que tal prática configura para os próprios animais, contribui de forma irresponsável e culposa para o agravamento dos problemas de gestão de todo um sistema que visa defender animais e pessoas. É, portanto, um apelo para a sensibilização, educação e civismo das pessoas para o tratamento dos seus animais de forma responsável. Que não ponderem sequer o seu abandono. Pedimos, portanto, aos nossos munícipes que colaborem connosco neste processo, para que façam parte da solução e não do problema.

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