Opinião pela CDU Anadia: A Água – Um bem imprescindível à vida

Dia 1 de Outubro é o Dia Nacional da Água assinalando o que se considerou ser o início de um novo ano hidrológico, e a expectativa do aumento das reservas hídricas superficiais e subterrâneas com o aproximar da época das chuvas.

A água não é um bem finito já que a sua quantidade se mantém a mesma que estava presente no planeta nos seus primórdios, graças ao ciclo hidrológico que envolve a evaporação da água dos oceanos, a formação de nuvens, a precipitação como chuva ou neve, a infiltração no solo e a recirculação da água por meio de rios, lagos e aquíferos.

Finita e escassa é a água potável, um bem imprescindível à vida na terra já que todos os seres vivos dependem dela para sobreviver. Embora cerca de 70% da Terra seja coberta por água, a maior parte dela (cerca de 97%) está nos oceanos e é salgada, tornando-a imprópria para consumo direto. Apenas uma pequena fração da água do planeta é doce e acessível para uso humano.

As alterações climáticas e a desertificação de algumas zonas do planeta, a super utilização dos recursos hídricos em explorações agrícolas desadequadas ao local onde são implantadas e o aumento populacional põem em risco o seu acesso generalizado e universal.

Anadia é, felizmente, uma zona de águas abundantes. Mas, infelizmente, a sua qualidade tem vindo a degradar-se e cada vez é mais dispendioso fazê-la chegar aos que dela necessitam. São onerosos, e não totalmente inócuos, os tratamentos necessários para manter as suas características de potabilidade, são caros e poluentes os mecanismos de bombagem imprescindíveis ao seu transporte até junto do consumidor.

Poupar água é um imperativo individual, e está nas mãos e na consciência de cada um de nós, mas também coletivo. Mas se olharmos em volta veremos a falta de cuidado com que os munícipes e o poder político tratam a nossa água.

O Cértima, linha de água que garante um ecossistema fundamental para a biodiversidade e o equilíbrio ecológico da nossa zona tem sido votado ao esquecimento e sofre agressões constantes desde lixo, ataques por espécies invasoras e assoreamento.

As dezenas de fontanários existentes nas aldeias foram “morrendo” por falta de manutenção e infiltrações descontroladas de escorrências agrícolas e pecuárias nos aquíferos que as sustentam.

Continuam a insistir nas construção de fontes e repuxos (que depois não funcionam), continuam a relvar bermas de estradas, rotundas e parques esquecendo que a sua manutenção em termos de consumo hídrico são um encargo constante. No momento atual, a beleza de uma zona verde, com constantes solicitações de rega, deve ser equacionada face às necessidades de poupança de água e energia.

A canalização obsoleta apresenta frequentes ruturas que, em certos casos, demoram dias a ser resolvidas. A quantidade de água não faturada, que tem colocado Anadia num dos piores lugares a nível nacional, não parece diminuir e continua por explicar. São perdas ocasionais, ofertas não contabilizadas ou “desvios” não consentidos mas não acautelados?

A água ao domicílio tem, recentemente, apresentado problemas inexplicados (embora explicáveis) que minam a confiança do consumidor. A solução neste caso não será, como muitos começam a sugerir, a privatização do serviço de fornecimento de água ao domicílio. E quero aqui deixar uma palavra de apreço ao município pela manutenção do abastecimento de água na esfera pública.

A solução está em assegurar uma maior eficiência dos serviços, com pessoal e, principalmente, chefias mais atentas e mais céleres na resolução dos problemas e mais eficientes na comunicação aos munícipes. Saber o que se passa realmente é uma forma de aceitar os problemas e ajudar a corrigi-los. É que a solução está também em cada um de nós.

 

Fátima Flores, militante do PEV, eleita na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Arcos e Mogofores

Rui Bastos, militante do PCP, eleito na Assembleia Municipal de Anadia

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