Na sua intervenção na sessão da Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril o deputado eleito pela CDU, Rui Bastos, terminou “relembrando aqui hoje aqueles que, de forma altruísta, se sacrificaram e arriscaram a sua vida e a sua liberdade em prol de um ideal maior. Anadienses como Rodrigues Lapa, Pedro Ferrer Catarino (O Pedro Sapateiro), Aníbal Pina, Rogério de Carvalho, Guilhermina Pereira Rainho, Virgílio Pereira da Silva e tantos outros.”
Pessoas que Anadia nunca homenageou devidamente e que até parece querer esconder, tal como procura esconder os militares anadienses mortos na guerra colonial.
Poucos lembrarão hoje o Alberto de Sangalhos, o Acácio da Junqueira, o Manuel de Alféloas, o Armando de S. Pedro e os outros anadienses (cerca de dezena e meia) que na guerra colonial perderam as vidas que não viveram. Os pais morreram, os irmãos envelheceram, as namoradas reconstruiram a sua vida. Restamos nós. Os que se preocupam. E se nada fizermos para perpetuar a sua memória também nós, um dia, deixaremos de os lembrar.
Os vários executivos anadienses foram/são pródigos em placas de auto enaltecimento com que tentam perpetuar o seu nome e a sua obra. O Inaugurado por… com a presença de… está amplamente distribuído pelos edifícios, parques ou miradouros da nossa terra.
Para quando o aproveitamento de espaços já existentes, das sinergias disponíveis na Câmara Municipal, dos documentos (muitos ainda não catalogados) e das recordações de tantos Anadienses para se iniciar um trabalho sistemático de recuperação de memórias e a sua divulgação em datas marcantes da nossa vida em sociedade?
Fica a sugestão.
Fátima Flores, militante do PEV, eleita na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Arcos e Mogofores
Rui Bastos, militante do PCP, eleito na Assembleia Municipal de Anadia