Opinião pela CDU Anadia: Anadia Terra de Paixões

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Para quando a Paixão por bem receber os imigrantes que nos procuram para trabalhar?

Segundo dados da Pordata o número de imigrantes residentes no nosso concelho passou de 724 em 2011 para 809 em 2021. O aumento não é significativo. Significativa é a origem desses novos imigrantes com uma incidência para países com línguas, costumes e leis muito diferentes das nossas. Uma diminuição significativa de vindas dos PALOPs e dos países de leste (Ucrânia e Bulgária) é compensada pela chegada de imigrantes de outras origens e latitudes.

Se para os Brasileiros, comunidade que registou o maior aumento (de 129 para 325), a adaptação não deve ser grande problema, o mesmo não se pode dizer dos Chineses, Indianos, Nepaleses e oriundos de outros países asiáticos (um total de 78, em 2021 mas número que tem aumentado significativamente) que procuram no nosso concelho residência, trabalho e integração. A título de exemplo posso referir que, em 2022 requereram atestado de residência mais de uma centena de trabalhadores asiáticos e que essa tendência de aumento se manteve no primeiro trimestre de 2023.

Esses “nómadas de beliche” em contraponto com os privilegiados nómadas digitais, tentam sobreviver num país que não está preparado para eles e para o qual eles também não se encontram preparados.

Em 2013 foi proposta eleitoral do MIAP a criação de um Gabinete de Apoio ao Emigrante e Imigrante. Em 2021, nova promessa eleitoral do mesmo movimento votou ao esquecimento o imigrante, para se debruçar exclusivamente sobre o emigrante, propondo a criação de um Gabinete de Apoio ao Emigrante (proposta nº 15).

A 4 de Agosto de 2021 o executivo chegou mesmo a aprovar a minuta de um Protocolo com a Direção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas mas nada mais foi feito. Entretanto os trabalhadores estrangeiros perdem-se numa selva de procedimentos, documentos e exigências numa língua que não entendem e numa ordem social que não dominam, tornando-se assim presas fáceis de gente pouco escrupulosa que tudo faz para “ganhar dinheiro” à custa dos mais desfavorecidos.

Para quando a criação de um Gabinete de Apoio ao Trabalhador Imigrante que, aproveitando, por exemplo, o trabalho dos muitos voluntários inscritos no Banco de Voluntariado, os pudesse ajudar em assuntos tão comezinhos como a tradução de documentos, a aprendizagem de rudimentos de língua portuguesa, a equivalência de habilitações, até outros mais complicados como a procura de habitação condigna, a assistência na doença, os apoios sociais e jurídicos com informações sobre os seus direitos e deveres face à lei portuguesa?

Um gabinete que tivesse como objetivo maior estabelecer pontes culturais e linguísticas e apoiar e promover a integração social, laboral e cultural dos imigrantes e das minorias étnicas e pudesse fornecer informações e em assuntos como legalização, reagrupamento familiar, inscrição de filhos na escola ou retorno voluntário.

Um gabinete que, em conjunto com as instituições locais (escolas, IPSSs, etc.) promovesse atividades na área da Interculturalidade, já que a integração plena destas comunidades passa também pelo conhecimento e respeito pelas suas tradições e valores por parte da sociedade que os acolhe. Fica a sugestão e a nossa disponibilidade.

Fátima Flores, militante do PEV, eleita na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Arcos e Mogofores

Rui Bastos, militante do PCP, eleito na Assembleia Municipal de Anadia

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