Opinião pela CDU Anadia: Engana-me que eu gosto.

Tal como o Professor Bambo que nos promete resolver todos os problemas, sejam eles de dores nas costas, mau-olhado ou males de amor, também muitos “políticos” da nossa praça se esforçam, em períodos pré eleitorais, para nos “enganarem” com promessas em que nem eles acreditam.

Com o aproximar das eleições legislativas lá começam eles, os candidatos a primeiro-ministro (como se o primeiro ministro fosse eleito por sufrágio direto e não dependesse em absoluto do convite do presidente da República e o assentimento da Assembleia da República) com propostas para resolver os problemas que provocaram no passado, não querem resolver no presente mas prometem para o futuro.

O mesmo se passa nas eleições para presidente da República, com propostas que ultrapassam em larga medida as funções que lhe são atribuídas pela constituição, ou nas eleições autárquicas onde os cidadãos até têm mais hipóteses de verificação e controlo.

Os políticos demagógicos contam com os anos que medeiam eleições para que o povo se esqueça das propostas que vão apresentando ou, pior um pouco, não os levem a sério e votem por impulso partidário, amizade pessoal ou para não perderem regalias ou receberem benesses.

De vez em quando vou dar uma olhadela às promessas eleitorais do movimento que, ano após ano, tem regido os destinos da minha autarquia, reavalio a sua premência e interesse e analiso o seu grau de consecução.

PUBE essa análise levam-me até aos meus tempos de inicio de carreira como professora em que, para inspetor ver, elaborávamos belos planos de aula de acordo com os cânones mais modernos baseados nas teorias de Blum, Piaget, etc. mas que depois, na nossa aula, porque no terreno é que as coisas acontecem, não conseguíamos pôr em prática. Só que, na altura, o inspetor, de caneta em punho, anotava criteriosamente as falhas e exigia explicações para o não cumprimento das promessas. Só que na altura aprendemos que, no final de cada ano, devíamos avaliar a nossa “performance” cotejando projetos e consecuções, justificando desvios ou insucessos… e ser avaliados por isso.

Adorava, por exemplo, poder hoje perguntar aos que gerem os destinos da minha autarquia há mais de 20 anos se acreditaram mesmo na sua capacidade para criar um hospital distrital com unidade de cuidados diferenciados e serviço de urgência básica a funcionar 24 horas por dia (proposta eleitoral n. 23) após terem, em 2009, aceitado, sem aparente contestação, o encerramento das urgências do Hospital José Luciano de Castro e em 2015, o fim da gestão pública do mesmo hospital, e qual o andamento desse projeto.

Adorava perguntar porque prometem ano após ano a criação de uma Escola Municipal de Artes Performativas de Anadia (2017) / Escola de Artes de Anadia (2021) que vão sistematicamente adiando sem justificação.

Adorava saber em que pé se encontra o acompanhamento e participação na criação do Centro de Investigação Nacional de Espumantes (2017) / Centro nacional de Investigação para o Espumante (2021)

Acenar com a cenoura em frente do burro para o fazer andar é uma coisa. Acenar com promessas vãs em frente do eleitor para o fazer votar, é, no mínimo, falta de respeito e menosprezo pela sua capacidade critica, sensatez e inteligência.

 

Fátima Flores, militante do PEV, eleita na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Arcos e Mogofores

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