Na política como na vida somos confrontados com dois tipos de problema, o urgente e o importante. Mas, como referiu o General Eisenhower, em regra, o urgente não é importante e o importante não é urgente.
No caso de Anadia, também temos problemas importantes, mas que não são urgentes. Um deles é, sem sombra de dúvida, o declínio populacional que se tem vindo a verificar no nosso concelho, o qual é causa e efeito da falta de desenvolvimento de Anadia. No site da Câmara Municipal de Anadia podemos ler que o nosso concelho tem cerca de 27.532 habitantes, segundo dados do Censos de 2021, a que correspondiam 26.052 eleitores.
Mas, infelizmente, estes dados já não refletem a realidade de Anadia. De acordo com os números do recenseamento eleitoral, à data de 31 de dezembro de 2022, Anadia já só contava 25.742 eleitores. Ou seja, em dois anos Anadia perdeu cerca de 1.310 eleitores. Se esta tendência se mantiver dentro de dois anos (em 2025) Anadia terá perdido 2600 eleitores face a 2021, data das últimas eleições autárquicas.
A perda de população em Anadia é maior que a média nacional e não bate bem com a ideia de um concelho desenvolvido e moderno situado no litoral, atravessado pelas vias de comunicação mais importantes do país e que, ademais, está próximo de dois centros universitários de excelência.
Parece-nos que a primeira coisa a fazer seria conceber e colocar em prática um plano estratégico de desenvolvimento para Anadia para os próximos dez anos. Plano esse que seria o guia de rota para os anadienses conjugarem esforços no sentido de tornar atrativa a ideia de viver e investir em Anadia. Outros concelhos já o fazem e com excelentes resultados. Veja-se o caso de Viana do Castelo que dispõe desde 1995 de um Plano Estratégico de Desenvolvimento, o qual tem vindo a ser regularmente revisto e adaptado. Assim, na apresentação do Plano Estratégico de Viana do Castelo 2010-2020, pode ler-se que este assentou «… num conjunto, sequencial e articulado, de fases e de métodos de trabalho que visaram dotar a Autarquia de novos instrumentos de política, de gestão territorial, de inovação, de acolhimento empresarial e de marketing territorial», «… que privilegiou abordagens colaborativas e participativas, assegurando o envolvimento de parceiros, de stakeholders e da população ao longo desse processo de planeamento».
Este estado de coisas preocupa naturalmente o PSD. Por essa razão, o PSD está aberto a participar na discussão, aprovação e implementação de um Plano Estratégico para desenvolver Anadia, em conjunto com os parceiros políticos, económicos e sociais e com a generalidade da população.
António Lopes
Fernando Cerveira da Maia
João Nogueira de Almeida
Jorge São José
Silvana Marques