Foi no passado sábado que se deu o início público da Jornada Mundial da Juventude na nossa terra, aquando da chegada da Cruz Peregrina e do ícone mariano Salus Populi Romani, símbolos da fé que exemplificam a caminhada de quem se dedica a esta nobre causa, à Praça do Município e a todo o concelho de Anadia. O local encheu-se de festa e de crentes de todas as idades e de todos os locais do município, homens, mulheres e crianças que esperavam com avidez a presença de marcos incontornáveis de um evento que mudará as suas vidas. E esta a afirmação não a fazemos por ser um chavão habitual nestes tipos de discursos, mas porque, por termos já participado em Jornadas Mundiais da Juventude, sentimos o poder transformador que a Jornada nas raízes da vida e da fé.
Assim, este artigo não pretende ser uma notícia, não só porque não estamos habilitados a fazê-lo, mas também porque haverá já peças jornalísticas que recolherão os factos e divulgá-los-ão com melhor rigor, sendo essa informação mais abrangente que aquela que possamos fornecer. O nosso intuito com este texto é deixar um testemunho de cunho pessoal, uma declaração muito mais emotiva que racional, no qual tentaremos deixar patentes os sentimentos do espírito e do corpo de quem está, como os símbolos, está disposto a peregrinar. Portante, deixaremos apenas três notas pessoais.
Em primeiro lugar, temos que referir a alegria. Uma alegria que se multiplicou por todo o arciprestado e pelas suas gentes. Muitas foram as pessoas que arregaçaram as mangas e levantaram os braços, ergueram os olhos céu e usaram as vozes e o corpo em oração comunitária. Porque a oração não são apenas os Pais-Nossos e as Ave-Marias, mas tudo aquilo que se faz com o intuito de aproximar os fiéis ao seu Deus. Esta alegria de certa forma, espelha a necessidade de um evento desta magnitude em Portugal e a justiça que é Anadia ter também um palco de liberdade todos possam celebrar a fé que os une. E, olhando os olhos de quem, na sombra, tanto preparou estes dias, podemos dizer que valeu a pena.
Por fim, a emoção. Quem se aproximou dos símbolos, quem lhes tocou, quem os transportou ou, simplesmente, quem diante deles orou, seguramente que sentiu uma emoção que, talvez nunca antes, sentiu. Uma paz indescritível, talvez; ou uma esperança inefável. Ou ainda uma emoção que não tem nome, mas que faz com que nos comovamos e esperemos a Jornada Mundial da Juventude como verdadeiros peregrinos que, com o peso da sua própria cruz às costas, se levantam e partem apressadamente para a mais bela celebração de fé que existe. Porque não só são bonitos esses momentos, mas porque apenas assim faz sentido viver o amor de Deus!