Em toda a experiência humana existe um elemento que sobressai pela sua unicidade e poderia: o humor. O humor é uma do que uma simples reação ou escape de alegria: é muitas vezes uma tábua de salvação que nos concede um alívio, ainda que breve, momentâneo, do peso das nossas próprias circunstâncias. Como diz Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco, autor da obra magna “O homem em busca de um sentido”, “o humor, mais do que qualquer outra coisa na caracterização humana, pode conceder-nos um distanciamento e uma capacidade para nos elevarmos acima das situações, ainda que só por alguns segundos”.
A essência do humor reside na sua capacidade de reenquadrar a nossa realidade: quando nos rimos, abandonamentos momentaneamente os limites da nossa experiência imediata e podemos encará-la desde uma perspetiva diferente. Esta mudança na perceção permite-nos, por vezes, olhar para a nossa vida e os nossos problemas como menos alarmantes e mais tratáveis, o que contribui para ganhar um maior sentimento de controlo e de que não estamos totalmente condenados à vontade arbitrária da vida.
Portanto, o verdadeiro poder do humor está, precisamente, na sua capacidade de nos oferecer outras perspetivas relativamente ao mundo: retira-nos das nossas preocupações imediatas e oferece-nos uma nova visão dos problemas. Nesses momentos em que nos rimos, não somos definidos pelas nossas lutas, mas pela nossa capacidade de nos superar. Assim, é preciso valorizar o humor, cultivá-lo, valorizá-lo e promovê-lo para que a vida possa ser mais leve sem perder o seu sentido.
O humor, mais do que qualquer outra coisa na caracterização humana, pode conceder-nos um distanciamento e uma capacidade para nos elevarmos acima das situações, ainda que só por alguns segundos.
– por Carlos Vinhal Silva