Por Nelson Henriques Cerveira: Figuras de Anadia

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A 17 DE ABRIL DE 1787, A RAINHA D. MARIA I DOOU A JOÃO RODRIGUES DE SÁ E MELO, QUE FOI FEITO 1º VISCONDE E DEPOIS 1º CONDE DE ANADIA, O PRAZO (OU COUTO) DE ANADIA.

NA FOTOGRAFIA: BRASÃO DE ARMAS DO VISCONDE DE ANADIA (SÃO JOÃO DE LOURE)

Localização:

– São João de Loure
– Rua do Cabo
– Ângulo do edifício Sede da Banda Velha União Sanjoanense [Antigo Celeiro de Senhorio que pertencera à Condessa de Anadia]

 Esta Pedra de Armas corresponde ao brasão atribuído por D. Maria I, em 8 de Maio de 1786, ao 1.° Visconde de Anadia, João Rodrigues de Sã e Melo.

[Era fidalgo-escudeiro desde 14 de Novembro de 1786, é donatário da Vila de Anadia desde 17 de Abril de 1787, e foi posteriormente elevado à grandeza de Conde pelo Príncipe-Regente D. João, em 17 de Dezembro de 1808

17 de Abril de 1787

A 17 de Abril de 1787, a Rainha D. Maria I doou a João Rodrigues de Sá e Melo, que foi feito 1º Visconde e depois 1º Conde de Anadia, o Prazo (ou Couto) de Anadia, pertença na altura da Universidade de Coimbra, depois de ter pertencido ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra que lhe tinha sido doado por D. Afonso Henriques.

Passando então João Rodrigues de Sá e Melo a ser o primeiro senhor donatário da Vila de Anadia.

A Casa de Anadia pertence à antiga Nobreza Portuguesa, representa hoje importantes títulos e vínculos Portugueses.

Os Sá de Anadia são um dos ramos descendentes de João Rodrigues de Sá, o almirante das galés de el rei D. João I na segunda metade do século XIV. Detém o tratamento de Senhoria atribuído por el Rei D. João II em meados do século XV e eram senhores dos morgados de Várzea, Lousã e Valongo instituídos entre os séculos XVI e XVII, tendo João Rodrigues de Sá e Mello de Menezes e Sottomayor recebido os títulos de Conde e Visconde de Anadia respetivamente dos Reis D. João IV e da Rainha D. Maria I na segunda metade do século XVIII. O I Conde de Anadia foi embaixador em Berlim, Ministro da Marinha e da Guerra em Portugal e no Brasil. Os Sá de Anadia tinham a sua principal residência no seu Palácio e quinta em Anadia, e eram proprietários do Palácio de Anadia em Lisboa edificação que data do século XVII.

O seu pai Ayres de Sá e Mello de Menezes e Sottomayor, Senhor da casa de Anadia foi Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra no reinado de D. José I.

José António de Sá Pereira e Menezes de Mello e Sottomayor foi o II Conde de Anadia, foi-lhe também concedido o título de I Visconde de Alverca e representava o ramo dos Sá de Condeixa tendo acumulado a representação dos Sá de Anadia. O II Conde de Anadia foi embaixador de Portugal em Nápoles. Os Sá de Condeixa tinham a sua principal residência no seu Palácio em Condeixa, que foi destruído pelo fogo na II invasão francesa comandada pelo Marechal Soul.

A III Condessa de Anadia, Maria Luiza de Sá Pereira e Menezes de Mello Sottomayor, casou com seu primo Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcellos Quifel Barberino, tendo desta forma unido as Casas de Anadia e Alverca com as Casas de Paes do Amaral de Mangualde, Almeida de Abrantes e Quifel Barberino de Roma e Países Baixos.

A chefia das Casas Anadia, Alverca, dos Paes do Amaral de Mangualde, Almeidas de Abrantes e Quifel Barberino de Molhapão recaiu no IV Conde de Anadia, José Maria de Sá Pereira e Menezes de Mello Sottomayor Paes do Amaral de Almeida e Vasconcellos Quifel Barberino, o último detentor (por efeito da lei que decretou o fim dos morgadios em 1863) dos inúmeros morgados que esta Casa deteve ao longo dos séculos.

A representação das Casas e vínculos reunidos sob a pessoa do IV Conde de Anadia, é assegurada hoje pelo VIII Conde de Anadia e IV Conde de Alferrarede, Miguel Maria de Sá Pais do Amaral, proprietário do Palácio dos Paes do Amaral em Mangualde e do Castelo de Alferrarede e Quinta do Bom Sucesso. É também proprietário do Palácio Anadia em Lisboa.

Os seus bens em Anadia acabaram revertidos para a posse do estado no final do séc. XIX. As casas dos Condes que tinham encostadas à Capela de S. Sebastião, na época também de sua pertença, que ficava nos terrenos afetos à estação Vitivinícola da Beira Litoral constituindo a quinta e propriedades dos condes, acabaram derrubadas em 1898, para dar lugar à rua atualmente chamada Rua Pintor Fausto Sampaio e a novas construções destinadas a escolas primárias e que mais tarde deram lugar ao atual edifício do Palácio da Justiça. Na quinta expropriada foi criada a Escola Agrícola Alexandre Seabra.

Os Condes de Anadia têm sido esquecidos na história moderna da cidade de Anadia. Mas a sua influência e a que tinham tido os Sá e Melo na Corte conjuntamente com a da família que mais tarde veio a ser agraciada com o título de Marqueses da Graciosa deviam ter influenciado o legislador que em decreto de 7 de Agosto de 1835 criou a moderna divisão Judicial do País. Ao criar os 133 Julgados para Portugal criou os nove Julgados para o distrito de Aveiro em que incluía o Julgado de Anadia quando esta não era nem sede de concelho.

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Atual Conde de Anadia

Miguel Maria de Sá Pais do Amaral – é um engenheiro, empresário e piloto amador do automobilismo português.

É o único filho de Manuel José Maria de Sá Pais do Amaral, VII Conde de Anadia, e de sua mulher, D. Maria Mafalda de Figueiredo Cabral da Câmara.

Engenheiro mecânico, diplomado com um Master of Business Administration pelo INSEAD, Fontainebleu, França, Pais do Amaral destacou-se como empresário no setor da comunicação social.

Após comprar a Luís Nobre Guedes, em 1991, a maioria do capital da SOCI, responsável pela edição do jornal O Independente, transformou esta empresa na Media Capital e, sob a sua direção, comprou a Rádio Comercial, a Rádio Nostalgia e a posição maioritária da TVI. Sob a sua gestão, a TVI assumiu a liderança do sector televisivo nacional. Para atingir esse objetivo, o Grupo Media Capital (GMC) adquiriu a NBP Produções, na altura a única produtora de ficção em Portugal . Pouco após esta aquisição a TVI tornou se no líder absoluto no prime time televisivo, com as novelas nacionais feitas em colaboração com a NBP Produções .

O GMC assumiu igualmente posição liderante nos sectores de Outdoors através de uma séria de aquisições, bem como no sector da Internet através do lançamento do portal IOL.

Em 2004 o GMC operou o seu IPO tornando se no mais valioso grupo de media nacional (por capitalização bolsista). Mais tarde. no fim de 2005, Miguel Pais do Amaral e o seu sócio Nicolas Berggruen venderam a sua posição maioritária no grupo Media Capital à espanhola Prisa (dona do diário El País, entre outros), .

Os seus atuais interesses de negócios estão concentrados no Grupo Quifel, e inclui as seguintes atividades:

Quifel Resources, uma companhia de recursos naturais e energias renováveis com atividade no Brasil onde desenvolve projetos de energias eólica e solar, através das empresas Campo Largo Patrimonial, Norwind e NWE Energias do Brasil.

Partgris, uma companhia que desenvolve atividades nos sectores vinícola, de produção de azeite e florestal.

Greypart , uma holding de investimento imobiliário.

Automobilismo

Ávido fã de desportos motorizados, começou a correr no Campeonato Nacional de Todo–o–Terreno, bem como no Campeonato Português de Carros de Turismo. Em 2001 fez equipa com Pedro Couceiro para conduzir no Campeonato Espanhol de GT, antes de os dois se mudarem para a Equipa ASM. Nos dois anos seguintes fez equipa com Miguel Ángel de Castro conduzindo um Porsche 911 GT3 RSR, e em 2009 ganhou o Troféu Ibérico de GT.

Em 2006 Miguel Amaral comprou o protótipo de Le Mans Lola B05/40, antes conduzido pela Chamberlain-Synergy Motorsports na Série de Le Mans. Após uma vitória sob o nome da Chamberlain, a equipa obteve mais duas vitórias como ASM, mas isto impediu Pais do Amaral e os seus co-pilotos Miguel Ángel de Castro e Ángel Burgueño de obterem a vitória em LMP2. Pais do Amaral e a Equipa ASM continuaram a correr o seu Lola na Série Le Mans em 2007 e 2008. Em 2009 Pais do Amaral e Oliver Pla correram com um Zytek 09 e venceram o Campeonato de LMP2.

A equipa liderada por Miguel Amaral participou durante seis anos no campeonato de Le Mans Series , tendo obtido 8 vitórias e 14 pódios ,tendo também participado seis vezes nas 24 Horas de Le Mans.

Casamento e descendência

Casou em Cascais, Estoril, a 5 de Novembro de 1983, com Maria da Luz Lagos do Amaral Cabral, nascida a 19 de Outubro de 1960, filha do advogado Joaquim Emílio do Amaral Cabral, e de sua mulher Maria Elisabeth da Silva Lagos. Tem duas filhas: Maria da Assunção de Sá Pais do Amaral e Carolina Rita de Sá Pais do Amaral. O casal separou-se depois de 27 anos de união

Nelson Henriques Cerveira

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