Francisco Luiz Ferreira Tavares – Barão do Cruzeiro – Bisavô de José Cid e o Pintor Fausto Sampaio
Nasceu em 29 de Fevereiro de 1852 na “Casa da Fonte” em Albergaria-a-Velha, filho dos 6ºs Senhores da “Casa da Fonte” Alferes Manuel Luiz Ferreira Tavares Pereira da Silva e de D. Jacinta Clara de Jesus Ferreira Pires (…)
Abastado proprietário, foi residir para Mogofores, onde desempenhou relevantes serviços, entre eles, como Presidente da Junta de Paróquia, promoveu a reparação e embelezamento da Igreja local.
Foi ainda, Presidente da Câmara Municipal de Anadia, de 1893 a 1899 e de 1901 a 1904, onde desenvolveu também um papel notável no desenvolvimento daquele concelho, que o levou a ser agraciado pelo rei D. Luís com o título de Barão do Cruzeiro por carta régia de 25 de Outubro de 1875.
Faleceu na sua “Quinta do Cruzeiro” em Mogofores, em 13 de Setembro de 1912, deixando dois filhos: Manuel e António Luiz Ferreira Tavares.
O Barão do Cruzeiro era bisavô do cançonetista e compositor José Cid. E é numa quinta de Mogofores (Anadia) deixada por seu bisavô que José Cid vive.
José Cid não é Barão de Cruzeiro porque, conforme ele explicou numa entrevista, o título não passava de geração. Apesar disso é hoje o representante do título de Barão do Cruzeiro.
Fausto Sampaio. Talentoso pintor nascido em Alféloas a 4 de Abril de 1893. Dotado de uma força de vontade invulgar, embora privado da fala e audição, fazia-se entender perfeitamente e compreendia também.
Ingressou, aos oito anos, no Instituto de Surdos-Mudos Araújo Porto, na cidade do Porto, que frequentou até aos catorze anos. Altura em que foi criada na Casa Pia, em Lisboa, uma secção destinada ao ensino de surdos-mudos, nela se matriculou como pensionista.
Regressou a Anadia em 1912 e começou a pintar. Em 1926 foi estudar para Paris frequentando a «Academia Julian» sob a direção de Laurens. Não aceitando que lhe impusessem maneiras ou processos de pintar regressou a Portugal. No ano seguinte voltou a Paris e matriculou-se na «Academia Bernard» dirigida pelo grande mestre Emile Bernard, que continuou a frequentar com intermitências até 1930. Em 1934 voltou a Paris e frequentou a «Academia La Chamiére», pois Bernard havia já falecido.
Fez a sua primeira exposição em Lisboa em 1929, no antigo Salão Bobone, vendendo todas as oitenta e nove telas apresentadas. Continuou a expor nos anos seguintes e sempre com o maior sucesso.
Entre as muitas exposições que fez em Portugal e no estrangeiro, ficou célebre a sua contribuição para a Exposição do Mundo Português.
Era membro da Sociedade de Belas Artes de Lisboa e de Sociedades congéneres estrangeiras. Era também membro honorário do Instituto Vasco da Gama de Goa.
Quadros seus encontravam-se em salas e gabinetes do então Ministério do Ultramar e em palácios de Governadores Ultramarinos.
A sua magnífica obra está representada nos principais Museus Nacionais e nas Câmaras Municipais de Anadia e Lourenço Marques – hoje Maputo.
Faleceu em Lisboa a 4 de Abril de 1956.