A Câmara Municipal da Mealhada levou a cabo a 08 de setembro, “uma receção municipal à comunidade educativa”, mas não convidou as IPSS do concelho da Mealhada. Para João Peres, provedor da Misericórdia da Mealhada, estão por explicar “os motivos que estarão subjacentes à não inclusão, nesta cerimónia, dos profissionais da Educação do concelho que trabalham nas IPSS do concelho da Mealhada com a valência de Educação, numa ‘cerimónia tem como objetivo dar as boas-vindas aos profissionais da Educação no início de cada ano letivo’, como dizia a autarquia em comunicado de imprensa”.
A questão levou o provedor da Santa Casa da Misericórdia a endereçar ao presidente da Câmara a pergunta.
“Na verdade, desde que esta iniciativa se começou a realizar no concelho até ao ano de 2017, a Câmara Municipal da Mealhada sempre ignorou as IPSS destas ‘boas-vindas’. Mas essa injustiça em boa hora foi corrigida nos anos de 2018 e 2019 – em 2020 e 2021 a cerimónia não se realizou. Percebemos agora que voltámos a ser ignorados com a agravante de ser um relevante retrocesso”, acrescenta João Peres no email enviado a António Jorge Franco.
E acrescenta: “Isto já para não falar no facto de ser a resposta das IPSS aquela que garante a componente de apoio à família nas respostas de almoço e de alargamento de horário para um número muitíssimo alargado de crianças do concelho da Mealhada”.
E conclui: “Ainda poderíamos ter colocado a hipótese de a Câmara Municipal da Mealhada entender que a referida receção se deve aplicar única e exclusivamente à resposta pública que existe no território. Mas se assim fosse não teria havido a participação dos professores e funcionários da Escola Profissional Vasconcellos Lebre [e bem!]. Haverá da parte da Câmara Municipal o entendimento de que a resposta social – que como já tivemos oportunidade de lhe explicar não é privada, é social – não é relevante? Que o trabalho das IPSS na área da Educação não é necessário? Consideramos a situação absolutamente lamentável. Será que há algum preconceito ideológico face às IPSS e às Misericórdias?”, remata João Peres.