Sérgio Godinho e António Manuel Ribeiro no 25 de abril de Mortágua

O Município de Mortágua está a assinalar os 50 anos do 25 de abril com um vasto programa de atividades cívicas e culturais a decorrer ao longo do ano, mas com maior enfoque no mês de abril, o mês da Revolução.

As comemorações arrancaram no mês de março com o espetáculo “Aerograma Liberdade” que retrata a separação de pais e filhos durante a Guerra Colonial. O mês de abril, pelo seu simbolismo, é o que acolhe o maior número de iniciativas do programa. As Exposições “Os slogans menos conhecidos de abril”, patente no Mercado Municipal, e “Imagens do Parlamento Português”, patente na Biblioteca Municipal, marcaram o início das comemorações neste mês marcante para a Liberdade e a Democracia em Portugal.

No dia 20 realiza-se a IX Gala ABAADV – Caldas de Penacova, inserida nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril e nos 25 anos da Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual. Sob o lema “Maior Autonomia, Mais Liberdade”, além dos momentos mais institucionais, o evento contará com a atuação de Grupos e Bandas locais que irão interpretar conhecidas canções de abril.

No dia 24 o Centro de Animação Cultural recebe o espetáculo musical-teatral “Café Chiado”, pela Companhia Rituais Dell Arte, que retrata a madrugada do dia 25 de abril de 1974, no Bairro do Chiado, em Lisboa. Segue-se no dia 26 o espetáculo “ReCordas Abril”, pela Orquestra de Cordas do Conservatório de Música e Artes do Dão (CMAD) e no dia 28 o Concerto/Trio com António Manuel Ribeiro (voz dos UHF).

 

Mortágua foi o único concelho do distrito de Viseu com vitória de Humberto Delgado sobre Américo Tomás nas Eleições Presidenciais de 1958

O ponto alto das comemorações acontecerá no dia 25 de abril com o Hastear da Bandeira Nacional na Praça do Município, seguida de uma Sessão Solene comemorativa no Centro de Animação Cultural, que contará com intervenções do Presidente da Assembleia Municipal, do Presidente da Câmara e de uma personalidade convidada. Neste mesmo dia será inaugurada a Exposição “De Norton de Matos a Humberto Delgado, as eleições presidenciais em Mortágua”. A propósito, lembramos que Humberto Delgado (candidato da oposição democrática a Salazar) foi o candidato mais votado em Mortágua nas Eleições Presidenciais de 1958, sendo o único concelho do distrito a conseguir tal façanha. Em Mortágua, Humberto Delgado obteve 56,6% dos votos contra 43,4 % para Américo Tomás.

Esse resultado faz jus a uma tradição republicana, anti-salazarista e de resistência no concelho, representada por figuras como Tomás da Fonseca, Basílio Lopes Pereira, Victor Hugo Miragaia, Deodato Ramos, entre outros. A oposição ao regime do Estado Novo levou-os à prisão do Aljube, e até ao desterro no Campo de Concentração do Tarrafal.

A apresentação da peça “A Chegada de um Soldado”, pelo Grupo de Teatro da Associação de Vila Nova (Mortágua) encerra o programa previsto para este dia.

No dia 17 de Maio sobe ao palco do Centro de Animação Cultural o espetáculo “Canção de Coimbra”, com Fernando Mendes, e no dia 21 de junho o concerto “Viver Abril” com o grupo local “Paralelos do Ritmo”. De 1 a 14 de julho o Centro de Animação Cultural irá receber o espetáculo/residência artística “Ser artista no Estado Novo”.

No mês de agosto destaca-se o “Concerto da Liberdade” que vai juntar em palco Sérgio Godinho com a Filarmónica de Mortágua. O concerto está marcado para o dia 14 de agosto, integrado nas festas do concelho. A Exposição “O legado de um cravo” e o ciclo de cinema “25 de abril em curtas” marcam a agenda das comemorações no mês de outubro.

No dia 3 de novembro será inaugurada a Exposição “Mulheres e Resistência”, cedida pelo Museu do Aljube – Resistência e Liberdade.

A cerimónia oficial de encerramento das comemorações terá lugar no dia 17 de novembro com um espetáculo a anunciar.

“Esta não é apenas uma celebração do passado, mas também uma manifestação de compromisso permanente para com os valores que defendemos como comunidade”, refere o Presidente da Câmara Municipal, Ricardo Pardal. “Vivemos tempos desafiadores, que nos pedem atenção, vigilância, e comportamentos ativos e firmes na defesa dos direitos conquistados há meio século. Hoje, como sempre, nunca devemos dar por garantida a liberdade. Pelo contrário, temos que a proteger e consolidar”, vinca.

“Ao celebrarmos esta data, realçamos também o papel fundamental de Mortágua e dos Mortaguenses nos 50 anos de democracia, lembrando e homenageando alguns conterrâneos nossos que lutaram incansavelmente pela liberdade, que ousaram sonhar com um país mais justo e livre, com sacrifício da sua vida pessoal e familiar”, afirma.

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