O Trail Anadia Capital do Espumante percorre, no próximo dia 26 de maio, as paisagens vinhateiras do concelho e espera atrair mais de 1000 atletas. Entrevistámos Albano João, presidente do clube, e ficámos a saber o que esperar desta edição.
Jornal de Anadia (JA) – O que podemos esperar desta edição do Trail?
Albano João (AJ) – A edição deste ano, que se realiza no dia 26 de maio 2024, segue o tradicionalismo das duas anteriores edições, ou seja a satisfação plena dos participantes, desde o desafio e a beleza dos percursos, das boas ofertas, da segurança, da simpatia, etc….
JA – Há novidades relativamente aos dois anos anteriores?
AJ – Sim, temos algumas novidades. Os percursos vão ser ligeiramente diferentes das anteriores edições, umas motivadas pelos cortes naturais da floresta e outras pela melhoria dos percursos. A caminhada vai ao Monte Crasto, já com as melhorias introduzidas e também será mais desafiante e bonita. Vai haver uma nova distância, o minitrail 14 km, para aquelas pessoas que 21km é demasiada distância, mas também os 10 km da caminhada é pouco desafiante. A nível competitivo, pela primeira vez, o trail longo 31 km, fará parte do circuito nacional de trail e também atribuirá os novos campeões distritais de trail da Associação de Atletismo de Aveiro.
JA – Os atletas Saca Trilhos vão correr “em casa”?
AJ – Nas duas anteriores edições os atletas do Saca Trilhos Anadia não participaram. Este ano, como vai haver um título em disputa, o campeonato distrital de trail da Associação de Atletismo de Aveiro, decidimos convocar 6 atletas, 3 masculinos e 3 femininos, que vão defender as cores do nosso clube. Os restantes atletas vão fazer parte do staff. São precisos cerca de 200 voluntários para o Staff e pensamos que é importante os nossos atletas analisarem as dificuldades que se vão encontrando como membros organizadores, para assim poderem dar valor e respeitar o trabalho das organizações de outras provas.
JA – Quantos atletas esperam? Quais as principais características dos atletas que irão correr?
AJ – Tal como nas anteriores edições esperamos entre 1000 a 1200 participantes. Este ano, contrariamente a 2023, vamos ter atletas de elite, nomeadamente: Cristina Arreiol, Beatriz Alves, Sara Pedrosa, Ricardo Carreira, Bruno Coelho, António Almeida, Filipe Costa, …, e ainda os nossos atletas do Saca Trilhos que à partida serão a Ana Paula Rodrigues, Susana Echeverria, Paula Soares, Pedro Garrido, Rui Figueiredo e Daniel Mendes. Todos gostariam de ver a Inês João participar, mas como ela vai participar no campeonato da Europa em França – Annecy, que se disputa na semana a seguir à nossa prova, apanha o período de carência onde os atletas selecionados não podem participar em provas. A qualidade em termos competitivos está assegurada. Uma grande parte destes atletas são internacionais. No entanto, a maioria será de atletas da zona centro do país e alguns com pouca ou nenhuma experiência. São pessoas que gostam da corrida, de desafios e como sabem da excelência da organização vêm participar e divertir-se.
JA – Qual o orçamento previsto para este evento? Contam com que apoios?
AJ – Se formos a contabilizar ou quantificar tudo, incluindo as ofertas, o orçamento é acima de 40 000€. No entanto temos alguns apoios de enorme relevância, nomeadamente da Câmara Municipal de Anadia, Caves da Montanha, Nova Casa dos Leitões e Cross Company. Temos ainda outras empresas, com apoios de menor monta, mas que juntos acabam por complementar o défice. Temos ainda a receita das inscrições.
JA – Este Trail é já um marco na programação da equipa?
AJ – Claro que sim. Não temos “receio” em afirmar que esta prova já é um marco do Trail Running em Portugal, por tudo que ela representa. Temos muitas situações inovadoras que levam as pessoas a participar. A situação do peso do atleta em espumante para os vencedores masculino e feminino no trail longo Caves da Montanha, a panóplia de ofertas a cada participante (garrafa espumante, sande de leitão, batata frita e flute de espumante em vidro), a degustação do espumante, a medalha finisher e o saco mochila. A caminhada é muito agradável, maioritariamente em terra batida e passa pelos vinhedos e pelo Monte Crasto
JA – É um evento para manter?
AJ – Sim, esse é o nosso foco, inclusive o objetivo é melhorar todos os anos.
JA – Qual a dinâmica que quiseram imprimir a esta prova, e qual a importância para a região onde se insere?
AJ – A prova, pertencendo aos circuitos nacionais de trail da Federação Portuguesa de Atletismo, via ATRP, tem uma divulgação ao nível federado desde logo assegurada. Para os participantes populares a dinâmica da divulgação é feita nas redes sociais. No ano passado os hotéis entre Coimbra e Aveiro esgotaram, logo aqui tem um impacto enorme na região, não só no concelho de Anadia, mas em toda a zona centro.
Também é nosso intuito promover a nossa região, em particular Anadia, daí o nome “Trail Anadia Capital do Espumante”, onde oferecemos a todos os participantes uma garrafa de espumante A. Henriques e um flute em vidro que serve para uma degustação de espumante no fim da prova. Promovemos ainda o Leitão à bairrada, pois oferecemos uma sande de leitão da Nova Casa dos Leitões a todos os concorrentes. Vamos disponibilizar o serviço de babysitting, cortesia Cross Company, serviço de banhos e teremos no event center barracas com comida e bebidas.
JA – Qual consideram ser o ponto alto desta edição?
AJ – Não temos especificamente um ponto alto no evento, pois tudo é importante ou relevante, no entanto e pela inovação, talvez seja a cerimónia da entrega dos prémios do trail longo Caves da Montanha, na qual o 1º classificado feminino e o 1º classificado masculino recebem como prémio o seu peso corporal em garrafas de espumante.
JA – Que feedback tiveram dos atletas que correram as duas primeiras edições?
AJ – Após o evento pedimos opiniões aos participantes para saber o seu grau de satisfação. O grau de satisfação roça a satisfação absoluta, mas nós não nos iludimos e sabemos que temos de melhorar sempre. Todas as opiniões são valorizadas e feita uma análise de pertinência, se for uma mais-valia ela é posta em prática, como tem sucedido todos os anos.
JA – Porque é que a modalidade de Trail tem atraído cada vez mais atletas?
AJ – As pessoas gostam da natureza e procuram desfrutar dela, seja a caminhar seja a correr. Tirando uma percentagem de atletas que fazem competição a sério, os outros participam para se divertir, sem grandes objetivos competitivos. Mesmo pagando um a taxa de inscrição acaba por ser um desporto barato. Mas nem tudo são “rosas”, pois está-se a verificar uma massificação do número de provas, algumas delas sem o mínimo de qualidade.
JA – Que mensagem quer deixar aos anadienses? Tanto aos que poderão integrar o evento como aos restantes?
AJ – Os Anadienses já conhecem as organizações do Saca Trilhos Anadia e da sua competência, daí convidarmos todos para se inscreverem no evento, seja na caminhada Cross Company que tem a distância de 10 km e é muito bonita, seja nas provas de trail que já requere alguma preparação física, trail longo Caves da Montanha – 31 km, trail curto Nova Casa dos Leitões – 21 km, Mini-trail – 14 km. A caminhada pode ser feita por pessoas de quase todas as idades. Convêm levar sapatilhas adequadas e não levar crianças que não tenham capacidade para fazer 10 km. Os carrinhos de bebé são proibidos pois os single tracks não permitiram a sua passagem.
As inscrições terminam a 13 maio 2024. Convidamos todos a consultar as nossas redes sociais, onde estão os pormenores da prova. Quem não vai participar, convidamos todos a vir até ao Parque Urbano ver e apoiar os atletas desde a partida até à chegada. As provas começam às 8h30 e terminam por volta das 13h00.
Quem quiser poderá ainda ir ver os atletas em prova, pois os percursos percorrem as zonas seguintes: Carvalhais, Moita, Ferreiros, Canelas, Ferreirinhos, Barragem da Gralheira, Vale do Boi, Vale de Avim e Quintela das Lapas.