A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede diz que a dimensão do território e a circunstância de a mancha florestal ocupar mais de 50% dele, ou seja, um total de 220 km2, leva a que a autarquia se preocupe “todo o ano” com a floresta.
Ao intervir na sessão de abertura do seminário “Juntos fazemos (a) floresta”, que integrou o Dia da Floresta, organizado conjuntamente pela Câmara Municipal, pela INOVA-EM e pela OFA – Organização Florestal Atlantis, Helena Teodósio reforçou que existe “uma atenção especial” com “tudo o que se relaciona com a fileira da floresta neste concelho”.
“Esta é uma questão que nos diz respeito a todos, diz respeito aos produtores, diz respeito às empresas do setor, diz respeito a instituições vocacionadas para a valorização da floresta e diz respeito às entidades a quem compete assegurar a sua sustentabilidade e promover o ordenamento do território”, lembrou.
Sobre o trabalho desenvolvido pelo Município, a autarca deu a conhecer as funções do Gabinete Técnico Florestal, um dos primeiros a ser criado no país com o objetivo de apoiar a extinta Comissão Municipal de Defesa da Floresta, atual Comissão Municipal de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
“Trata-se de um serviço com uma atividade da maior relevância, quer no domínio da prevenção e defesa da floresta, quer no da conservação da natureza e biodiversidade, com destaque para várias ações e projetos com candidaturas submetidas com sucesso ao Fundo Ambiental e outros a meios de financiamento”, referiu.
Por outro lado, cabe ao Gabinete Técnico Florestal o acompanhamento dos trabalhos de gestão de combustível previstos no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, nos termos da legislação em vigor.
A este propósito, enfatizou Helena Teodósio, “atualmente, todas as Faixas de Gestão de Combustível da competência do Município já foram executadas, tendo também sido assegurada a sua manutenção”.
A presidente da autarquia cantanhedense recordou ainda a reflorestação de 1.503 hectares do Perímetro Florestal das Dunas de Cantanhede, “projeto estruturante que motivou a concertação de ações de várias entidades”, na sequência dos incêndios de 2017 que destruíram 81% da mancha florestal desse perímetro.
“A plantação de cerca de dois milhões de árvores foi concluída no passado mês de abril e estamos agora a aguardar a aprovação de uma nova candidatura também apresentada para reflorestação da restante área ardida, cerca de 600 hectares”, informou.
A terminar a sua intervenção, deixou um repto à Administração Central, no sentido de “criar mecanismos de apoio financeiro para a manutenção posterior das áreas intervencionadas, pois trata-se de operações com custos elevados a que os municípios terão dificuldade de suportar sozinhos”.
O seminário “Juntos fazemos (a) floresta”, que decorreu no auditório do Centro Paroquial S. Pedro e reuniu largas dezenas de produtores florestais e responsáveis de entidades ligadas ao setor, contou ainda com painéis temáticos sobre “Desafios da nossa floresta” e “Estratégias e soluções para a floresta: desenvolvimentos práticos”.
A sessão terminou com uma mesa-redonda que abordou “O presente e o futuro da floresta portuguesa”.