A floresta preocupa a Câmara de Cantanhede “todo o ano”

A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede diz que a dimensão do território e a circunstância de a mancha florestal ocupar mais de 50% dele, ou seja, um total de 220 km2, leva a que a autarquia se preocupe “todo o ano” com a floresta.

Ao intervir na sessão de abertura do seminário “Juntos fazemos (a) floresta”, que integrou o Dia da Floresta, organizado conjuntamente pela Câmara Municipal, pela INOVA-EM e pela OFA – Organização Florestal Atlantis, Helena Teodósio reforçou que existe “uma atenção especial” com “tudo o que se relaciona com a fileira da floresta neste concelho”.

Esta é uma questão que nos diz respeito a todos, diz respeito aos produtores, diz respeito às empresas do setor, diz respeito a instituições vocacionadas para a valorização da floresta e diz respeito às entidades a quem compete assegurar a sua sustentabilidade e promover o ordenamento do território”, lembrou.

Sobre o trabalho desenvolvido pelo Município, a autarca deu a conhecer as funções do Gabinete Técnico Florestal, um dos primeiros a ser criado no país com o objetivo de apoiar a extinta Comissão Municipal de Defesa da Floresta, atual Comissão Municipal de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

Trata-se de um serviço com uma atividade da maior relevância, quer no domínio da prevenção e defesa da floresta, quer no da conservação da natureza e biodiversidade, com destaque para várias ações e projetos com candidaturas submetidas com sucesso ao Fundo Ambiental e outros a meios de financiamento”, referiu.

Por outro lado, cabe ao Gabinete Técnico Florestal o acompanhamento dos trabalhos de gestão de combustível previstos no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, nos termos da legislação em vigor.

Neste capítulo, desde 2019 que a Câmara Municipal de Cantanhede tem vindo a promover ações em todas as freguesias do concelho e também nas faixas das zonas industriais do concelho, nuns casos através de meios próprios ou da contração de prestadores de serviços, noutros com recurso às Brigadas de Sapadores Florestais da CIM-RC, à Equipa de Sapadores Florestais da Junta de Freguesia da Tocha.

A este propósito, enfatizou Helena Teodósio, “atualmente, todas as Faixas de Gestão de Combustível da competência do Município já foram executadas, tendo também sido assegurada a sua manutenção”.

A presidente da autarquia cantanhedense recordou ainda a reflorestação de 1.503 hectares do Perímetro Florestal das Dunas de Cantanhede, “projeto estruturante que motivou a concertação de ações de várias entidades”, na sequência dos incêndios de 2017 que destruíram 81% da mancha florestal desse perímetro.

A plantação de cerca de dois milhões de árvores foi concluída no passado mês de abril e estamos agora a aguardar a aprovação de uma nova candidatura também apresentada para reflorestação da restante área ardida, cerca de 600 hectares”, informou.

A terminar a sua intervenção, deixou um repto à Administração Central, no sentido de “criar mecanismos de apoio financeiro para a manutenção posterior das áreas intervencionadas, pois trata-se de operações com custos elevados a que os municípios terão dificuldade de suportar sozinhos”.

O seminário “Juntos fazemos (a) floresta”, que decorreu no auditório do Centro Paroquial S. Pedro e reuniu largas dezenas de produtores florestais e responsáveis de entidades ligadas ao setor, contou ainda com painéis temáticos sobre “Desafios da nossa floresta” e “Estratégias e soluções para a floresta: desenvolvimentos práticos”.

A sessão terminou com uma mesa-redonda que abordou “O presente e o futuro da floresta portuguesa”.

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