Funerária de Famalicão traz música ao vivo para dignificar a despedida

A Agência Funerária de Famalicão, desde 1902 em Anadia, tem na sua antiguidade um trunfo para uma constante modernização e procura por ir ao encontro das necessidades e vontades de quem os procura. Apresentou recentemente duas novidades: música ao vivo nos funerais e uma parceria para criação da árvore genealógica da família.

André Pleno (natural da Mealhada), com o projeto Pleno D’art, é quem, através do toque de flauta transversal ao vivo e acompanhado de melodia de fundo, traz mais dignidade e serenidade ao momento do funeral. Este é um serviço que tem sido proposto pela Funerária às famílias, e até às vezes um pedido deixado pelas próprias pessoas, e que tem tido muito bom acolhimento.

“É um momento que emociona claro, mas entendemos que é uma emoção positiva. Como se a música, em conjunto com as pessoas presentes, estivessem a homenagear a pessoa que nos deixa. É só isto: uma homenagem de despedida”, diz-nos Victor Andrade, gerente da Agência.

A música pode ser tocada durante a câmara ardente e velório, mas é essencialmente durante o funeral que ela faz mais sentido. É claro que a música é adequada à situação e em momento nenhum é encarada como um momento de festa. Apesar de haver algumas músicas já predestinadas, em muitas situações a família pode escolher músicas que digam alguma coisa ao seu familiar e estas sofrem as devidas alterações para se adequarem ao momento.

“Este é um tipo de serviço muito utilizado nas grandes cidades, mas ainda não é muito comum. É algo que andava à procura há muito tempo. E as pessoas têm gostado muito. Tento sempre acompanhar as mudanças no setor. Procuro o que há de novo. Tudo para prestar um melhor serviço às pessoas, para valorizar a homenagem que está a ser feita”, explica.

Victor diz que tudo faz para que o serviço que presta seja elegante e sóbrio, porque não deixa de ser um serviço de despedida e, para isso, conta já com milhares de horas de formação e visitas a feiras do setor em toda a Europa. Deixa ainda o agradecimento e todos os padres e diáconos que têm colaborado nesta introdução da música nas suas missas.

“O momento da música é um momento de paz e harmonia. Que nos leva a pensar nas coisas boas que vivemos com a pessoa. Não é para nos fazer chorar mais, mas para tentar trazer alguma coisa de positivo ao momento e para nos despedirmos da forma mais digna possível”, explica.

Outro dos serviços propostos, este já posterior ao funeral é a Árvore Genealógica: “Há pessoas que não conhecem grande parte da sua família e isto não deixa de ser uma forma de homenagear não só a pessoa que parte mas também toda a família”.

Neste serviço a Agência Funerária é só intermediária e o valor da procura por esta informação é variável, pois é consoante o nível de gerações que queremos explorar.

“O objetivo é sempre melhorar as cerimónias e o apoio à família e é uma forma de perpetuar as pessoas. Elas não desaparecem, fazem sempre parte da história”, conclui.

Há mais de 30 anos à frente desta Funerária, que já era da família, foi já depois de ter começado sozinho que ganhou o gosto pela área. O sem número de formações que já fez até hoje ajudaram-no a lidar com aquele que é o pior sentimento que podemos ter: a perda de uma vida humana.

“Apesar de irmos ganhando defesas, não deixo de me emocionar muitas vezes. Tento sempre colocar-me no lugar dos outros. Estamos aqui para ajudar a celebrar a vida de quem nos deixou e das memórias que perduram. E, depois de todos os processos de luto, começa aquela fase cuja palavra só existe em português: saudade”, concluiu.

Atualmente, Victor entende que cada vez há mais dificuldade das pessoas em pagar todas as despesas de um funeral e o subsídio pago pela Segurança Social já não é suficiente. Apesar de todos os funerais serem tratados com a maior dignidade, muitas vezes há escolhas que têm que ser feitas por parte das famílias.

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