“É muito bom quando a cultura nos faz pensar”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, na abertura do seminário “Diversidade Funcional – promover a inclusão na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP) e na Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC)”, que reuniu, no passado dia 01, em Águeda e pela primeira vez, estas duas redes geridas pela Direção Geral das Artes (DGARTES), num evento de âmbito nacional onde foram discutidas as acessibilidades e a inclusão no setor da cultura.
Neste encontro, que decorreu no Centro de Artes de Águeda (CAA), equipamento municipal que faz parte de ambas as redes, Jorge Almeida lembrou que esta é uma infraestrutura construída a expensas exclusivas municipais e que está hoje, sete anos depois, na rota dos grandes espetáculos nacionais. “Aqui acontecem muitas coisas; o CAA é centro de passagem para muitos artistas e para muitas realizações culturais e temos permanentemente exposições promovidas em parceira com a RPAC”, salientou o Presidente da Câmara de Águeda, acrescentando que o principal desafio apontado há sete anos de “colocar este equipamento a funcionar” está “visivelmente superado”.
“O CAA está indiscutivelmente no mapa do que se vai fazendo pela cultura em Portugal”, declarou, apontando o encontro de ontem como mais um exemplo dessa descentralização, que leva a cultura e os eventos culturais mais perto das pessoas.
A dias do início do AgitÁgueda e já com as ruas e espaços urbanos decorados, Jorge Almeida destacou o dinamismo do concelho que “não se coíbe de pensar grande. É aqui que se faz o arrojo”, disse.
Neste seminário, que contou com a presença de Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara de Águeda, e de Marlene Gaio, Vereadora da Ação Social e Educação, participaram representantes de equipamentos pertencentes à RTCP e RPAC, que, durante a manhã, partilharam experiências e boas práticas na implementação de medidas inclusivas nas infraestruturas culturais e na promoção da cultura. À tarde, foram realizadas mesas-redondas paralelas, em diferentes espaços do CAA, onde foram debatidas temáticas como “Acessibilidade aos equipamentos”, “Mediação e práticas artísticas inclusivas” e “Programação acessível e participada”.
Américo Rodrigues, Diretor-Geral das Artes, assumiu que “há muito a fazer para a promoção da acessibilidade como uma área transversal a toda a atividade das instituições culturais”, sublinhando que, tal como este encontro permitiu, “devemos refletir sobre a acessibilidade física, social e intelectual e as diferentes maneiras de fomentar uma efetiva inclusão de toda a gente no setor cultural”.
Para o responsável, é determinante “continuar a colocar permanentemente as questões relacionadas com a diversidade no centro da reflexão e das práticas do setor cultural”.
Isso mesmo defendeu também Carla Madureira, adjunta da secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, acrescentando que “estes são enormes desafios que poderão ser facilmente ultrapassados com a união de esforços, experiências e conhecimentos”, criando “novos caminhos de inclusão para o futuro”.
De referir que o encontro foi transmitido online, através da página da DGARTES na rede social Facebook, e teve tradução simultânea em Língua Gestual Portuguesa.