Todos nós sentimos na carteira os efeitos dos aumentos de preços. A inflação traduz-se no aumento generalizado dos preços dos bens alimentares, transportes, combustíveis, rendas de casa e dos encargos com os empréstimos.
Todavia, os salários e os rendimentos não acompanharam a evolução da inflação. Os portugueses em geral e os anadienses em particular viram diminuir o seu nível de vida. Nestas condições, a despesa pública, quer a feita pelo Governo quer a realizada pelas Câmaras, deve ter por finalidade a diminuição do impacto da inflação no bem-estar das famílias.
Em particular, os orçamentos públicos (do Governo e das Câmaras Municipais) devem privilegiar despesa que beneficie os mais pobres, aqueles a quem a crise provocada pela inflação está a atingir mais fortemente.
Sabemos bem que muita da despesa pública nem sempre favorece os mais pobres. Na verdade, grande parte dela beneficia na realidade a classe média e a classe média alta, por esta ser a classe social mais numerosa e aquela que importa conquistar, quando se trata de ganhar eleições.
Consciente ou inconscientemente os políticos que assim procedem estão a «comprar» o seu apoio, porque julgam (muitas vezes com razão) que só assim podem aspirar a ganhar eleições.
Todavia, importa refletir na justeza desta opção. Será ético beneficiar quem já vive bem, dando-lhe meios para viver um ainda melhor ou ajudar realmente aqueles que mais precisam? Parece-me que a opção deveria ser a adoção de políticas públicas que ajudem os mais pobres a melhorar o seu bem-estar.
Neste entendimento, o bem-estar de uma comunidade irá depender apenas do bem-estar dos mais pobres. Quanto melhor estes estiverem melhor estará a sociedade.
Em tempo de NATAL seria bom refletirmos sobre as finalidades que estão por detrás da despesa pública. Se queremos beneficiar os mais pobres ou se que queremos dar algo mais a quem já tem bastante.
João Nogueira de Almeida
Jorge São José
Vereadores do PSD na Câmara Municipal de Anadia