Opinião por Carlos Vinhal Silva: À procura de um sentido

Vivemos numa era onde a velocidade e a quantidade se tornaram marcas registadas do sucesso. A sociedade contemporânea, frequentemente, celebra aqueles que conseguem realizar múltiplas tarefas em tempo recorde, acumulando conquistas e resultados tangíveis. No entanto, à medida que nos adentramos nesta onda de produtividade incessante, é crucial refletirmos sobre a verdadeira essência do fazer: o sentido que damos às nossas ações.

A realização de tarefas por si só, sem um propósito claro ou um significado profundo, pode levar, uma vez findada a sua execução, a uma sensação de vazio e frustração. A eficiência, sem um norte moral ou um objetivo maior, transforma-se numa corrida desenfreada para lugar nenhum. Podemos estar constantemente ocupados, mas se não estamos verdadeiramente envolvidos em atividades que ressoam com os nossos valores e paixões, corremos o risco de nos perdermos no meio da nossa produtividade oca.

Neste sentido, é preciso procurar um sentido de realização que não podemos alcançar apenas pelo cumprimento de metas, mas que requer a interseção entre aquilo que amamos, aquilo que somos bons e aquilo que o mundo precisa. Assim, qualquer ação deixa de ser um mero fazer, uma tarefa, deixando de ser movidos pela ação e movendo-nos nas ações que praticamos. É, então, imperativo que façamos uma pausa para refletir sobre o rumo das nossas atividades, questionando não apenas o que estamos a fazer, mas porque estamos a fazer aquilo que fazemos.

Fazer coisas é, sem dúvida, importante. Mas fazer coisas com um sentido claro e um propósito elevado é o que realmente enriquece a nossa vida e nos leva a construir um mundo melhor. Portanto, devemos priorizar não a quantidade, mas a qualidade e o significado das nossas ações, porque é, precisamente, no seu sentido que reside a verdadeira essência da humanidade.

 

– por Carlos Vinhal Silva

SUBSCREVA JÁ

NEWSLETTER

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Aceito Ler mais