Anadiense Dino Alves recebe Globo de Ouro na Moda

Dino Alves foi um dos premiados da XXVII Gala dos Globos de Ouro transmitida ontem, dia 01, na SIC. O estilista conquistou o galardão de Personalidade do Ano na categoria de Moda e dedicou-o aos seus pais. Formado em Pintura na Escola Superior Artística do Porto, Dino Alves é um dos mais conceituados criadores portugueses e é presença assídua na ModaLisboa, desde 1997.

Além das suas coleções azonais, o estilista tem desenvolvido figurinos para espetáculos de dança e teatro, assim como guarda-roupas para publicidade, eventos de moda e lançamentos de produtos. Em junho de 2022, foi o responsável pelos figurinos e cenografia da Marcha da Bica para as Marchas Populares de Lisboa. Nesse mesmo ano lançou a sua nova marca 2nd Upcycled Label, em parceria com a loja de roupa masculina Mister Man.

Publicado na edição 23, a 17 de fevereiro de 2021:

Dino Alves, o “Enfant-terrible da Moda Portuguesa”, é natural de Anadia e apresenta um serviço inovador: o Hospital da Roupa SOS Dino Alves traz nova vida às suas peças mais antigas e poupa o ambiente.

Saiu de Arcos cedo, para estudar no Porto e se estabelecer profissionalmente mais tarde em Lisboa, com o seu atelier. Mas, sempre que a vida lhe permite, visita a terra que o viu nascer. O stylist, com cartas dadas na moda desde 1994, criou em 2001 o Hospital da Roupa SOS (Serviços Operação Surpresa), e que toma maior força em tempos de pandemia. O desafio é recuperar peças antigas e transformá-las em novas.

“O serviço já é antigo, mas ganhou um novo impulso dada a situação que estamos a viver. Eu próprio tenho mais tempo, dado que não há eventos nem espetáculos. É uma ideia que sempre fez sentido, mas agora faz ainda mais. É uma questão de consciência ambiental, o que torna o assunto urgente”, explica Dino Alves.

Uma saia ou umas calças podem dar origem a um top ou um vestido. O stylist explica que o que faz não são arranjos como numa costureira tradicional, mas sim criar peças únicas com a sua assinatura.

“O fator novidade do Hospital da Roupa é a mais-valia deste conceito, é o de oferecer aos clientes os serviços do atelier de um criador, com a sua linguagem estética e com o ADN da sua marca, transformando peças antigas em peças de autor. Depois de terem passado pelo Hospital da Roupa, ganham uma nova etiqueta – SOS Dino Alves –, que é colocada junto da etiqueta original”, afirma o anadiense.

SOS significa, neste caso, Serviços Operação Surpresa e é uma maneira de fazer nascer uma segunda marca do universo Dino Alves, mais acessível e comercial. Uma coleção infinita, sem estação definida, porque as peças vão sendo criadas conforme a regularidade que os clientes recorrem a este serviço.

“As pessoas são sempre surpreendidas no fim. A maior parte não sabe qual será o resultado final, mas tento sempre pesquisar e saber mais sobre a pessoa que me procura e sobre o seu estilo de vida, para que a peça seja agradável. Este jogo de incerteza causa também alguma adrenalina, mas traz-me muita criatividade. É uma alavanca para me sentir motivado” afiança.

Dino Alves explica ainda que, para além da questão ambiental, que sempre foi urgente, o tempo de pandemia ajuda a que as pessoas vasculhem os armários e que tenham mais disponibilidade de encontrar as peças que já não vestem há muitos anos. Os valores a pagar por estas peças são sempre mais baixos que as suas peças originais.

“Neste momento a economia está muito parada, as lojas de roupa estão encerradas, o que dificulta nós chegarmos ao cliente. O que acontece muitas vezes é que as peças são novas, por isso já sabemos à partida como nos assenta, o que facilita no momento de experimentar. Podemos fazer todo este processo à distância”, diz.

Em tempos de pandemia, Dino acha que “a moda não ficou esquecida, que continua a acontecer noutros formatos”, agora sem público mas, por toda a Europa, as coisas continuam a acontecer de forma digital.

O estilista não sabe ainda se se vai apresentar na Moda Lisboa, mas fará a sua coleção na mesma e, caso a primeira opção não aconteça, vai apresentá-la por meios próprios.

“Estou habituado a ter uma sala cheia de público, com muito carinho por parte das pessoas e faltam os aplausos e o calor de todos. Fico desanimado e, por isso, não sei se investirei com tanta antecedência numa coleção para apresentar na Moda Lisboa. Acredito que a moda é um conceito, uma atitude, uma mensagem”, afirma.

Dino Alves prepara-se para apresentar brevemente a sua página na internet renovada e apresentará uma criação sua no próximo Festival da Canção.

O primeiro contacto para o Hospital da Roupa é estabelecido através de telefone, por email, ou ainda através das redes sociais. Um elemento da equipa do Atelier Dino Alves recebe os dados e marca o dia e a hora para a entrega e “internamento” das peças de roupa. Pode ser também tratado por envio CTT ou outra transportadora. O serviço funciona por marcação, uma vez que poderá não haver disponibilidade para um atendimento imediato. O cliente é informado sobre o orçamento aproximado e, por fim, os clientes são contactados para levantar a(s) peça(s) e proceder ao pagamento.

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