Com a época das vindimas a chegar, é tempo de fazer balanços e perspetivar a campanha deste ano. A Comissão Vitivinícola da Bairrada prevê uma produção de cerca de 181 mil hectolitros e regista um aumento na certificação de vinhos de 10%, no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período em 2021. Apesar das ondas de calor que se fazem sentir no país, a região prevê manter a produção do ano anterior.
Para Pedro Soares, Presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, as condições climáticas ‘felizmente não tiveram grande impacto na nossa região. A consequência da pouca chuva e muito calor poderá evidenciar-se através de uma vindima mais precoce que o habitual. Existe menor quantidade de água nos solos, no entanto, e atendendo à forte influência atlântica de que a Região beneficia, as manhãs mais frescas têm favorecido o desenvolvimento regular das uvas, pelo que podemos afirmar que a qualidade e quantidade dos vinhos da Bairrada se vai manter na vindima 2022/2023.’
No que toca às perspetivas de vindima, para 2022, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) espera que a produção em Portugal caia cerca de 9% em relação à colheita de 2021. No entanto, isso não acontecerá nesta região, com previsão para manutenção dos valores do ano anterior.
Atualmente, a Região Demarcada da Bairrada, constituída por oito concelhos – Águeda, Anadia, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro e Vagos – contabiliza cerca de 2.400 produtores de vinhos, que exploram quase mais de seis mil hectares de vinha.
Na Comissão Vitivinícola da Bairrada há cerca de 110 produtores inscritos, dos quais 84 colocam no mercado vinho com o selo de Denominação de Origem (DO) Bairrada ou IG Beira Atlântico. A região produz mais de metade (53%) dos espumantes nacionais, sendo o mercado português o seu maior consumidor.