A primeira semana de 2023 tem sido repleta de acontecimentos políticos que marcam a agenda e não pelas melhores razões. Não posso deixar de fazer uma reflexão profunda sobre o estado a que todos nós deixámos chegar o nosso país. Sim, todos nós temos a nossa quota-parte de culpa:
Os abstencionistas por se furtarem à sua responsabilidade de escolha;
Os votantes pelas escolhas que tomam para si e para os seus que hão-de ter que viver em tempos futuros.
Todos nós por não avaliarmos a performance de quem com o nosso voto governa.
Aqui reside o nosso maior problema: votamos e a seguir limpamos as mãos, não avaliando a performance de quem ocupa o cargo. Entre o prometido e o cumprido há coerência?
Nestes 7 anos de governo PS, após uma governação tri-partida entre PSD, CDS e Troika (herança mais uma vez deixada pelo PS), o que temos? O prometido está a ser cumprido?
Quais as melhoras existentes no dia-a-dia do cidadão?
Temos uma economia mais forte?
Temos saúde e educação ao nível dos melhores da europa?
Temos oportunidades de crescimento entre os jovens acabados de sair da universidade?
Temos uma sociedade orientada para valores como o mérito, o trabalho e o sucesso?
Nada disto vemos na nossa sociedade, por isso digo que nos contentamos com pouco, muito pouco.
Que tem um sistema nacional de saúde a rebentar pelas costuras e onde em 2022 teve um número de mortes semelhantes aos anos de pandemia, sendo que só 5% das mortes foram atribuídas ao COVID;
Que não permite que se cresça pelo mérito, nem que se tenha sucesso, nivelando toda a gente por baixo, tal é a quantidade de impostos que é colocada nos rendimentos do trabalho;
Onde a educação está completamente desajustada, onde não se ensinam as crianças a pensar pela sua própria cabeça, onde a escola dos nossos filhos se designa pelo código postal, onde não se permite que as escolas tenham as suas próprias diretivas curriculares podendo concorrer saudavelmente entre si;
Que não incentiva à poupança individual, que não permite a escolha do cidadão por planos de previdência privados, mesmo sabendo que daqui a muito poucos anos a segurança social não tem forma de continuar a pagar as reformas (miseráveis) que temos;
Que dá o peixe às pessoas e não as canas para as ensinar a pescar, criando subsídio-dependentes e pior que isso: pessoas sem ambição;
Que não dá oportunidades aos jovens recém-formados e extremamente capacitados, enviando-os à procura de países que apoiam e suportam a meritocracia, deixando-nos cada vez mais vazios de mãos qualificadas;
Que olha apenas para Lisboa e Porto, esquecendo que tudo o resto é Portugal;
Que está prestes a ser ultrapassado por países que há pouco mais de 10 anos estavam na cauda da Europa. Agora quem corre para a cauda somos nós e a passos largos.
E além de tudo isto, continuamos a reclamar acerrimamente na mesa do café, mas não nos lugares próprios, onde podemos exigir que haja escrutínio, que haja justiça, que se mude o rumo do país!
Não te contentes com pouco, sê ambicioso e não te furtes nunca à tua responsabilidade enquanto português. Por um país melhor, um país de oportunidades, para nós e para os nossos filhos.
Iniciativa Liberal Anadia