O final do mês de Junho trouxe consigo o encerramento das atividades na Universidade Sénior da Curia,
Um espaço de partilha de saberes e afetos e, simultaneamente, de aquisição de conhecimentos e intervenção social.
Um local onde reformados e (mais ou menos) idosos encontram oportunidades para, entre danças e cantares, atividade física e de convívio, aprofundar temas mais austeros e tomar contacto com as várias realidades da terra onde vivem.
Um local onde a máxima latina Mens sana in corpore sano “(mente sã em corpo são)” é posta em prática diariamente num ambiente onde a cultura coabita com o lazer, a amizade com a troca de conhecimentos e a solidariedade com o enriquecimento pessoal.
A Universidade Sénior da Curia nasceu em outubro de 2007 e tem, ano após ano, concretizado o seu objetivo inicial “de proporcionar e dinamizar regularmente atividades socais, culturais, educacionais e de convívio, preferencialmente para cidadãos maiores de 50 anos”, contrariando diariamente a ideia pré-estabelecida de que a pessoa idosa não tem um papel ativo na sociedade e já não tem capacidade para aprender coisas novas.
Com uma frequência escolar que ronda a centena de alunos por ano, tem um vasto conjunto de ofertas que vão desde aulas tradicionais (Literatura da Gândara e da Bairrada, Estimulação Cognitiva, Inglês, e Raízes e Identidades, por ex.) passando por atividades práticas de dança, yoga, música, pintura e teatro, o que permite uma escolha variada e adequada aos interesses e habilitações prévias de todos os alunos.
No ano de 2023/2024 os 50 anos do 25 de Abril foram mote para diversas atividades. Exposições, palestras e momentos de música e teatro evocaram momentos que estão na memória da grande maioria dos alunos e proporcionaram emotivos instantes de partilha.
Funcionando num dos edifícios do Curia Tecnoparque (onde também funciona a Incubadora de Empresas) dá vida a espaços públicos aproveitados em prol da comunidade, fazendo, assim, com que cumpram uma das funções que nortearam a sua construção. Dá igualmente vida a muitos cidadãos mais idosos, que livres das amarras de uma profissão com exigências de objetivos e horários, podem agora usufruir de novos desafios e experiências que os enriquecem e rejuvenescem.
E um último pensamento para o Eng.º Herberto Miranda, o homem que em 1976 criou a primeira universidade sénior do nosso país. Um projeto inovador e visionário que pretendia contribuir para evitar o isolamento e promover a inserção social da Terceira Idade. O seu objetivo cumpre-se um pouco por todo o nosso país e Anadia não é exceção.
Fátima Flores, militante do PEV, eleita na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Arcos e Mogofores