Ao longo da história da humanidade, os valores morais têm sido os princípios orientadores que configuram e unem a sociedade, sendo um fator quase determinante relativamente ao progresso ou declínio das civilizações. Este facto é, aliás, atestado pelos grandes filósofos do passado, tendo entendido a importância do papel que a ética e a moral desempenham na criação de sociedades harmoniosas e pacíficas e inclusive participado na sua construção, elevando a justiça, a sabedoria, a coragem ou a disciplina a princípios estruturantes da vida individual e comunitária. No entanto, apesar da transmissão desses ensinamentos ao longo de várias gerações, parece que na sociedade contemporânea os valores morais sofreram uma erosão e as suas consequências são cada vez mais evidentes: corrupção, crime, arrogância, ufania e outros vícios que descredibilizam o próprio tecido social.
Ora, no passado, ainda que num passado muito distante, os valores morais eram elevados por aqueles que detinham o poder político: esta era uma exigência das civilizações passadas, nomeadamente a Grega, que, através do conceito de paideia, impunha aos seus líderes e representantes a necessidade de exercer o seu poder e as suas capacidades de uma forma virtuosa, que procurasse verdadeiramente o bem comum e o próprio Bem, ao contrário do que acontece hoje, onde o exercício do poder está marcado por um individualismo que pretende apenas a perseguição de riqueza e fama, levando a crescentes injustiças que não se coadunam com uma sociedade democrática.
Portanto, é fundamental que voltemos a erguer bem alto os valores morais nas nossas sociedades e a uma escola global: é imperativo que reconheçamos nos valores morais a fundação necessária da harmonia e paz sociais, da justiça e da virtude. E todos os indivíduos devem desempenhar o seu papel, promovendo a honestidade e a integridade e a atuando de acordo com esses princípios. Porque é necessário compreender a importância dos valores morais, nem que seja porque todos compreendemos claramente o que acontece na sua ausência.