Na vastidão do mundo e dos seus acontecimentos, existe um fenómeno, que entre os escaninhos do ruído quotidiano, emerge caladamente: a transmissão de conhecimento de mestres para discípulos. Esse legado é um caminho por inteiro: é uma jornada de aprendizagem que se perpetua pela vida; uma chama que, ao ser passada, não se extingue e, pelo contrário, resplandece ainda mais intensamente. Porque um mestre quer que os seus discípulos floresçam e, pelos seus atos e palavras, lhes ofereçam a possibilidade de viver para sempre. E eu, privilegiado nesse aspeto, sempre tive grandes mestres. Sempre tive estrelas que iluminaram os meus caminhos de descoberta. Detentores de uma sabedoria acumulada ao longo de décadas, ensinaram-me que a verdadeira sabedoria está em reconhecer a necessidade de saber sempre mais; esse querer que os filósofos nos ensinaram; esse desejo de absorver avidamente o fogo sagrado do conhecimento que nos foi deixado por Prometeu.
Nesse silêncio enigmático, onde as palavras raramente são necessárias, o legado do mestre resplandece através do discípulo: é uma luz que transcende as limitações do tempo; que lança a sua luminosidade sobre as mentes ávidas em explorar o vasto universo do saber. Porque a verdadeira imortalidade de um mestre está na continuidade do conhecimento que ele planta: uma semente que cresce e floresce nas mentes daqueles que têm a coragem de seguir em frente, guardando na memória e no coração aqueles que ensinaram os primeiros passos.
por Carlos Vinhal Silva